Há em nós uma chama,
pequena, mas antiga,
que tenta lembrar-se de onde veio,
enquanto o vento do mundo sopra por todos os lados.
A consciência não nasce livre,
cresce entre muros invisíveis,
onde o sangue fala mais alto que a vontade,
e o tempo ensina a esquecer o que se é.
Heranças químicas, gestos herdados,
vozes antigas no corpo,
ideias alheias vestidas como nossas.
Tudo conspira para que o eu se confunda.
E ainda assim,
há algo que resiste;
uma centelha lúcida
que não aceita ser só reflexo.
Ela luta para não adormecer
sob o peso dos costumes,
dos dogmas,
do ruído que chama normalidade.
A consciência é um campo de batalha,
onde o silêncio é a única arma justa.
Só nele o ser ouve o que não tem nome,
e encontra o fio que o conduz
para fora do labirinto.
Porque viver desperto
é um ato de coragem,
e reconhecer-se
é a mais alta forma de liberdade.
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