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quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

A Memória que Salva o Futuro

A crise do nosso tempo não é apenas política:

é uma crise de memória.

 

Há líderes que sobem ao palco do mundo

sem terem estudado o caminho que os trouxe até aqui;

e porque não conhecem o passado,

repetem-no, não como tragédia,

mas como erro que podia ter sido evitado.

 

Confundem tradição com nostalgia,

ordem com obediência,

força com agressão.

Chamam “regresso aos valores”

à tentativa de apagar conquistas

que custaram vidas, silêncio, sangue, coragem.

 

Esquecem que a liberdade das mulheres

não é moda, mas vitória;

os direitos civis

não são concessões, mas reparações;

a dignidade humana

não é negociável.

 

Ignoram que o planeta tem limites,

que a Terra está cansada;

o futuro exige cuidado

e não slogans.

 

E no meio disto tudo,

a tecnologia cresce:

rápida, brilhante, poderosa,

como uma criança que ninguém educa;

sem consciência,

torna-se arma;

com consciência,

torna-se cura.

 

A humanidade precisa de líderes

que saibam que governar não é dominar,

mas proteger;

progresso não é retroceder com outra bandeira;

evolução não é voltar atrás

para sentir uma segurança que nunca existiu.

 

Precisamos de líderes que se inclinem sobre a história

não para a moldar ao medo,

mas para aprender a não a trair outra vez.

Que reconheçam as feridas do planeta

como feridas suas;

saibam que o poder é empréstimo,

não conquista.

 

O futuro,

se ainda quisermos merecê-lo,

dependerá da nossa capacidade

de unir conhecimento e compaixão,

razão e humanidade,

tecnologia e ética,

passado e visão.

 

Não há outro caminho.

A sombra está sempre à espreita,

mas a memória, quando é verdadeira,

ilumina.

 

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