Algo desperta por dentro,
não com estrondo,
mas com uma fricção silenciosa
que obriga o corpo a ajustar-se.
O que julgávamos resolvido
pede novo lugar,
e o que escondemos por hábito
aproxima-se da superfície
com uma verdade que não sabemos nomear.
Entre o desejo de avançar
e a recaída no que ainda dói,
surge um fio de consciência,
fino mas inquebrável,
como se a alma se inclinasse
para o ponto exato
onde pode finalmente crescer.
Os vínculos revelam o que sustentam
e o que exigem;
há lealdades internas
que se reafirmam no escuro,
e pactos antigos
que pedem revisão.
Nada se impõe de fora,
é o interior que se reorganiza,
o olhar que aprende a ver
sem fugir da sombra,
a coragem de ouvir
o que o silêncio tenta dizer.
E no breve instante
em que o futuro respira dentro do presente,
percebe-se que a mudança
não nasce do impacto,
mas da precisão
com que deixamos que a vida
nos redesenhe.
(Poema inspirado nos símbolos astrológicos que moldam o espírito deste dia,
traduzido em linguagem poética.)