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domingo, 7 de setembro de 2025

Luz do Pensar

No âmago do silêncio,

milhares de chamas dançam,

pequenas centelhas invisíveis

que acendem pensamentos e sonhos,

que fazem o desejo e a memória respirarem.

 

Cada impulso, cada lembrança,

é sopro de energia que corre por veias de luz,

tecendo a trama delicada da consciência,

onde o sentir e o decidir se encontram.

 

Quando a força vacila,

o coração da mente hesita,

sombras deslizam, murmúrios se elevam.

Mas conhecer esse fogo é tocar a essência,

descobrir que mesmo na fraqueza

há pulsos que restauram, clareiam, despertam.

 

Não são só sinais ou substâncias,

é o murmúrio secreto do ser,

o motor que sustenta a vida interior,

a luz viva que nos lembra:

ser é existir em energia,

e existir é acender o invisível.

O Olhar que Desperta

No silêncio do céu, Ele se ergue,

não limitado por nomes, por crenças, por juramentos esquecidos.

Cada palavra antiga que julgávamos conhecer

torna-se sombra diante da Sua presença,

e o mundo que pensamos sólido se dobra diante do mistério.

 

Há um Filho que caminha entre as estrelas e a terra,

uma ponte entre o visível e o invisível,

e no seu olhar repousa o peso da verdade

que não se mede, que não se confina.

 

O Altíssimo não exige guerra,

não se deixa capturar por fé ou raiva;

Ele observa, desperta e ensina

que o poder maior reside em reconhecer,

e não em subjugar,

em sentir, e não em julgar.

 

Mesmo nas dúvidas mais profundas,

quando o antigo medo ainda sussurra em nós,

há uma luz que não queima,

mas transforma,

e cada gesto de coragem, cada instante de consciência,

é reverência suficiente para tocar o infinito.

Além do Muro

Antes, lutava contra o nome

que se erguia como muro no horizonte.

 

Hoje, já não me importa a sombra:

descobri o Altíssimo,

e nele a força não é guerra,

mas caminho aberto,

onde a luz basta

e o coração descansa.

 


sábado, 6 de setembro de 2025

Ondas do Invisível

No silêncio do peito,

o cérebro sussurra em frequências que o olho não vê.

Cada pensamento, cada respiração,

uma centelha que se espalha pelo espaço invisível.

 

Medita, respira,

deixa que a calma alargue o ritmo da mente,

que a intenção desenhe fios sutis

entre ti e corações distantes.

 

O amor, a empatia, a atenção profunda

não são apenas sentimentos,

são pulsos, ondas,

pequenos sinais que cruzam continentes

sem mapa, sem fronteira, sem tempo.

 

Cada gesto de presença, cada palavra verdadeira,

cada ato de compaixão,

é um brilho que se propaga

na rede secreta do humano,

onde mentes se encontram antes de se ver.

 

Aprende a ouvir o invisível,

a sintonizar o que não se mede,

pois no pulso silencioso do cosmos,

tudo está ligado,

e cada consciência é um farol

que emite luz em ultra-baixa frequência,

tocando o mundo inteiro sem saber.

 

Entre Vozes e Sombras

A noite divide-se em espelhos,

razão e emoção distorcem o mesmo reflexo,

palavras erguem-se afiadas

mas tropeçam no coração em silêncio.

 

Há uma chama que arde demasiado depressa,

como raiva contida à procura de saída,

e há mãos que tremem, incapazes de decidir

se agarram ou se soltam o que dói.

 

No fundo da sombra, algo insiste:

não é ruína, é passagem.

Mesmo quando o peso da mente

esmaga o peito em silêncio,

um sopro de ternura rasga a fenda

e recorda que a beleza é insistente,

que o amor é uma força discreta

mas capaz de mover muralhas.

 

Entre vozes e sombras,

cada ser é chamado a escolher

se cede ao caos

ou se ousa renascer da própria ferida.

Noite de corte

Um véu desce sobre o tempo,

fino e pesado como silêncio de mar profundo.

 

As certezas partem-se em duas margens:

de um lado, a disciplina das formas,

do outro, o convite a dissolver-se no infinito.

 

Há vozes que pedem clareza,

mas cada palavra traz em si

um caminho que não volta atrás.

 

O que antes parecia sólido

trai-se em fendas súbitas,

como muralhas que se desmoronam no escuro.

 

Entre medo e desejo,

o coração é chamado a escolher

se permanece no brilho fácil das promessas

ou se suporta a prova do tempo.

 

Nem tudo o que seduz é real,

nem toda renúncia é perda:

há portas que só se abrem

quando se ousa largar as ilusões.

 

E ainda assim,

no meio da tensão,

uma faísca insiste em crescer,

sussurrando que todo fim é também

um início escondido,

pronto para nascer do lado oculto da noite.

 

 

(Poema inspirado no eclipse lunar total de 7 para 8 de setembro)

 

Noite de Transformação

A sombra atravessa a noite,

um véu que tinge o mundo de silêncio e expectativa.

Há ações contidas que pedem espaço,

verdades escondidas sussurram seu nome.

 

No coração do incerto,

o antigo e o novo dançam juntos,

como se cada fissura revelasse

caminhos antes impossíveis.

 

Medo e esperança caminham lado a lado,

tecendo tramas sutis de mudança.

O que parecia sólido se desfaz,

abrindo espaço para novas perceções,

e em cada ato de coragem silenciosa

reside a promessa de renascer.

 

Mesmo quando a luz parece distante,

algo pulsa no interior do mundo:

a certeza de que, após a sombra,

sempre pode surgir um novo dia,

único, inesperado, jamais igual.

 

Triângulo de Penrose

No vértice do impossível,

a linha curva e retorna sobre si mesma.

Olho e mente se perdem

num passo que nunca alcança o fim.

 

Tudo parece firme, concreto, certo,

mas o toque revela o vazio que sustenta

cada ângulo, cada promessa de completude.

 

Andamos sobre corredores que se dobram,

tentando fechar ciclos que nunca fecham,

como se a vida, sorrateira, nos ensinasse

que o paradoxo também é forma de beleza.

 

E mesmo sabendo que não há saída,

há fascínio no caminho que se contorce,

pois em cada instante de impossibilidade

reside o convite: olhar de novo,

reimaginar, acreditar no que parece não ser.

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Ano Nove

No coração dos números

há portas que só se abrem uma vez.

 

O tempo grava o 2025

como espelho raro,

um quadrado perfeito suspenso

entre passado e futuro.

 

Nove pulsa no centro,

não como fim,

mas como círculo fechado

que chama outro início.

 

Quem ousa atravessar este limiar

não carrega fardos antigos,

não repete sombras,

apenas aprende a caminhar leve

com a memória das quedas

e a promessa do renascer.

 

Este é o ano em que o silêncio

pode ensinar mais que o ruído,

em que cada gesto consciente

é uma semente a reprogramar o destino.

 

E talvez a maior revelação seja esta:

a chave sempre esteve no nosso peito,

à espera de coragem

para ser usada.

Marés da Alma

O céu move-se em silêncio,

mas é dentro de nós que as marés se levantam.

Correntes invisíveis atravessam a pele,

trazendo tensões que despertam,

como se o coração carregasse o rumor do mundo.

 

Há instantes em que o caos se insinua,

quebrando o que parecia sólido,

fazendo emergir verdades guardadas no fundo.

Não é ruína, é passagem,

é o gesto invisível da vida a pedir mudança.

 

Cada lágrima contém um oceano,

cada silêncio é também um grito,

e no meio da escuridão breve

acende-se a centelha que recorda:

somos fragmentos de uma mesma luz,

chamas distintas do mesmo fogo.

 

Mesmo quando o horizonte parece fechado,

há sempre movimento,

há sempre uma nascente secreta

a reinventar o caminho.

Fio de Cosmos

O universo respira em fio de cristal,

cada estrela pendurada

como gota de luz prestes a escorrer.

 

Se a gravidade vacilasse,

os mundos tombariam em silêncio,

galáxias desfiando-se como véus antigos,

e nós, minúsculos, suspensos entre impossibilidades.

 

O tempo não corre, inclina-se,

dobrando-se sobre si mesmo,

cada instante um equilíbrio tênue

entre o ser e o nada.

 

Nosso sangue, nossos sonhos,

são ecos da dança precisa das partículas,

o milagre cotidiano de existir

num espaço que poderia não nos querer.

 

E mesmo no abismo de infinitos vazios,

há centelhas:

olhares que buscam o horizonte,

mãos que desenham perguntas no escuro,

mente que ousa compreender o incompreensível.

 

O universo é uma corda esticada no vazio,

e nós caminhamos sobre ela,

um passo de cada vez,

conscientes de que cada gesto é raridade,

cada respiração, revolução silenciosa.

 

Latido do Mundo

Há dias que choram em silêncio,

sob tetos quebrados e ruas que sussurram medo.

O vento carrega histórias que ninguém escreve,

e ainda assim, cada pedra conhece o nome da esperança.

 

Há mãos que não seguram nada além do vazio,

olhos que procuram sinais

num céu carregado de promessas quebradas.

E mesmo assim, há quem respire fundo,

como se cada gesto pequeno fosse um pacto com a vida.

 

O mundo se dobra sobre si,

como papel antigo que insiste em não rasgar.

E em cada dobra, em cada fissura,

algo pulsa, tênue, mas insistente:

a lembrança de que ainda podemos.

 

Não é o riso que nos salva,

nem a vitória que se anuncia nos jornais.

É o toque de um olhar, o eco de uma palavra,

o sopro que atravessa a escuridão

e lembra que cada ser que sente

é uma ponte entre o impossível e o real.

 

Mesmo na distância, mesmo na dor,

há centelhas que se encontram

e transformam o mundo,

um instante de coragem por vez,

um coração por vez.

 

Ecos Entre Mundos

Há trilhas que atravessam o invisível,

caminhos que serpenteiam por entre o que chamamos real.

Partículas viajam silenciosas,

levando consigo fragmentos de segredos antigos,

mensagens que só o universo inteiro pode decifrar.

 

O espaço se dobra, se estica,

como se escondesse portas para lugares

que nossos olhos jamais tocarão.

Entre o que vemos e o que existe,

há um silêncio profundo, pulsante,

onde o impossível se faz presença.

 

Cada oscilação é uma dança delicada,

uma ponte entre mundos que coexistem

sem jamais se tocar.

E nós, em nossa ilha de consciência,

olhamos para o cosmos e sentimos

a vastidão que nos excede,

o mistério que insiste em nos convocar

a imaginar, a sentir, a acreditar

que há mais, muito mais, do que os sentidos alcançam.