É agora.
O tempo dobra-se sobre si
e caminha descalço sobre a linha
que separa o sonho da urgência.
Não basta imaginar,
é preciso sustentar.
Não basta sentir,
é preciso construir o que se sente
sem fugir da matéria.
Chegámos ao limiar.
O silêncio já não esconde
as ruínas sob os tapetes das
certezas.
Quem ousar olhar verá:
o chão da humanidade
estremece por dentro.
Não virá nenhum salvador.
Nem palavra mágica,
nem cristal, nem chama violeta.
Virá o que cada um erguer com
verdade,
o que cada gesto firmar
no peso exato do agora.
Há beleza, sim,
mas não como fuga.
A beleza é a coragem
de estar desperto
quando tudo pede sono.
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