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terça-feira, 8 de julho de 2025

Como a Natureza Ama / J.M.J.

Na floresta,

ninguém julga o voo que foge à linha.

O veado que roça o pescoço de outro

não é expulso da sua manada.

 

Na água,

os golfinhos dançam sem regras de género,

e o mar abençoa todos os encontros

com a mesma espuma.

 

No ar,

pássaros machos constroem ninhos lado a lado,

oferecendo-se ramos como promessas

e nenhuma árvore se recusa a abrigá-los.

 

A diversidade não é erro:

é estratégia divina,

é celebração da diferença,

é resposta ao medo com beleza.

 

O Amor,

na Natureza,

não pede licença,

nem pede desculpa;

surge, floresce, transborda

e tudo à volta se adapta, se alinha, acolhe.

 

Só o humano se perdeu no labirinto

da vergonha que lhe ensinaram,

só ele cortou os seus próprios ramos,

com medo de onde o amor o podia levar.

 

Mas a terra recorda,

as pedras lembram,

e o vento sopra o evangelho antigo:

“Ama como as estrelas se atraem,

sem etiquetas,

sem fronteiras,

sem culpa.”

 

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