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segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Primavera de Todas as Espirais l João Marques Jacinto



Que mais sou hoje
Se ainda conto as horas de sempre
Sem que se me assombre
Qualquer sentido de todos
Apertado o vento fora pela esquina do pudor
Que pretendido se inventara da fraqueza do que não se venceu no medo
E malogrado o ninho se achara desfigurado e perdido ao poder
E se fez a imagem à mentira
E a eternidade à escuridão
E a ambição voou até às mais altas montanhas urdidas
Pelo pensante pequeno, que se acreditara na inteligência
E reis se elevaram aos tronos das inverdades
E a uma só Sombra povos se subjugaram
E indignos se fizeram pelo atrevimento de se assumirem no sonho
Que era a exactidão não inteligível pela nuvem
Do que não se pretendia e assim deveria ser aniquilado
E ainda em chamas tudo o que ardera
Se fizera purgatório de dias a fio
Sem margem à obliquidade dos desafios do ser
E todos morremos antes de termos sido iniciados
E mortos persistimos sem voz ao cântico da plenitude
E na loucura do ego vence a infelicidade da perfeição
E obscuridades continuam a habitar os alicerces da alma
E sós olhamos para as horas do que é tarde
E perdidos navegamos no mar da esperança despojado de ondas e de colore
E somente sentimos o que nos avista sem horizontes de lucidez
E outros continuamos sendo sem que o despertar ecoe nas veias da vontade
Quereis continuar como percevejos presos nas malhas de uma obsoleta e condenada teia
Sem que sabeis o que vos traz o dia e a glória da primavera de todas as espirais
Que trazeis no conhecimento maior de toda a natureza que em vós flui desde sempre
Sem que vos limpeis da ebriedades de estórias que alucinam e devastam a história

Sejais não mais mas o que apenas sois e o mundo se tornará boamente iluminado

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