


Ancoro-me aos teus desejos,
defendido de naufrágio,
sem leme aos sonhos,
nem velas de coragem,
puxado à força de preia-mar.
Nascem-me asas no dorso,
ao fogo de em ti
livremente ter poiso
e ser-te igual em confiança,
na serena brisa de qualquer entardecer.
Ungido pela doçura dos néctares,
perfumado pelas fragrâncias
das primaveras prometidas,
debruço-me no regaço do teu sorriso
e leio-te nos gestos poemas;
em chamas de rimas,
de amor em flor,
de vida,
a transbordar as margens
aos rios de tua voluptuosidade...
E exploro os mistérios sagrados do universo
no terno e eterno brilho
do teu complacente olhar...
Que sejam teus braços
um xaile sem penas
para me reconfortar
e proteger dos medos,
e que do teu corpo
se abra a porta de meu fortalecido ser
até crescer manhã,
sem que nunca se faça tarde.
E possa eu,
marinheiro,
fazer-me de novo ao mar...
Fotos;
Poema Marinheiro de João M. Jacinto, in VERBAIS NINHO DE PALAVRAS, represendado pelos actores Eliana Bär, Gabriel Orcajo, Mariana Lapolli e Augusto Sopran, da UFSC/Teatro, Brasil, sob a direcção artística de Carmen Fossari (Julho 2009).
MARINHEIRO... este poema faz com que os bravios mares aonde o amor submerege , retorne
ResponderEliminarao aconchego de MarPoesia de Brigadeiro na expressão :O mar está de Brigadeiro, ou seja tranquilo e propício à navegação.
Emerge o corpo poema ao corpo do amor, do conforto e entrega.
Considero um dos mais Belos Poema D.Amor da Língua Portuguesa,tal a entrega amorosa do Poeta ao Sujeito amoroso.
Talvez Lemynski traduziria minimamente:
Quando um corpo comporta outro corpo, todo resto é pouco.
Só o oceano amoroso, repete o movimento das ondas do mar,findam nas areias e recomeçam mar adentro como na faina diário dos marinheiros, mar adentro, como na feliz construção de ser
O Poeta como um Marinheiro ao mar,na faina do amor no oceano de tantas marés de cotidianos.
BJS
Carmen
ps.vc trabalhou muito bem o feito de luz e sombra na fotografia.
Luz para meus olhos esse poema!!!
ResponderEliminarQue sejam teus braços
um xaile sem penas
para me reconfortar
e me proteger dos medos,
e que do teu corpo
se abra a porta de meu fortalecido ser
até crescer manhã,
sem nunca se fazer tarde.
E possa eu,
marinheiro,
fazer-me de novo ao mar...
Lindo Poema! Parabéns!
Paz Profunda!!!
Georgia Chagas.