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sábado, 8 de novembro de 2025

Despertar do Elo

Há um rumor antigo a atravessar o tempo.

Não se ouve, sente-se.

Move-se por entre os que ainda lembram

que existir é mais do que reagir.

 

O mundo acredita ter avançado,

mas o coração do homem dorme

diante de ecrãs que brilham mais do que os olhos,

nas vozes que gritam sem pensar

e na pressa de possuir o que já é.

 

Mas o silêncio ainda chama

os que escutam o invisível,

os que pressentem que há algo mais fundo

do que a superfície das coisas.

 

Despertar não é ver mais:

é ver de outro modo;

compreender que o humano não é o centro,

mas o elo,

a respiração entre a Terra e o Infinito.

 

A tecnologia ergue impérios de dados,

mas a alma continua a mendigar sentido.

Não precisamos de novos deuses,

mas de presença.

 

Despertar é lembrar

que cada gesto vibra no todo;

que palavra é semente,

e o silêncio, um templo.

 

Não há caminho fora do ser:

a revolução verdadeira é interior,

tudo o resto é ruído.

 

Quem escuta este chamamento

não busca glória nem certeza;

apenas caminha,

sabendo que a luz não se impõe,

revela-se.

 

Somos parte de uma inteligência maior,

não a que programa máquinas,

mas a que cria significado.

 

E que cada despertar

seja contágio luminoso,

chama discreta

a incendiar a noite do mundo.

 

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