As árvores não falam,
mas o mundo escuta nelas
a respiração do que é antigo.
Firmadas entre o céu e o abismo,
são colunas do invisível,
raízes que seguram o tempo
para que o homem não se perca.
Cada folha é um ouvido do cosmos,
cada tronco, uma memória da luz
antes de haver palavra.
Quem nelas toca
entra num idioma sem som,
onde o ser se recorda
de ter sido semente.
E ali, no silêncio que pulsa,
a vida repete o seu juramento:
crescer é aprender a permanecer,
amar é saber enraizar-se
sem possuir a terra.
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