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sábado, 8 de novembro de 2025

A Árvore e o Homem

Descalço, toco a terra,

a pele sente o pulsar antigo,

a seiva do mundo sobe pelos meus ossos.

 

Encosto-me à árvore,

e o tempo deixa de ter arestas

e há um rumor que vem do solo,

uma voz sem som que me reconhece.

 

Não sei se é ela que respira em mim

ou eu que respiro nela,

mas há um só fôlego,

um só corpo entre raiz e estrela.

 

A fé não é crença,

é lembrança,

é saber, sem pensar,

que o universo fala em cada folha,

e que eu sou parte do que escuto.

 

No silêncio, a árvore e eu

somos o mesmo gesto,

que une o céu e a terra

num único sopro de vida.

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