Não falo para converter,
nem para levantar templos sobre a areia.
A minha missão é o verso,
o sopro que rompe grades invisíveis,
o canto que recorda ao ser humano
que não nasceu escravo,
mas livre.
A poesia é a minha espada e o meu bálsamo,
ela fere as mentiras,
mas cura os corações cansados.
Não se curva diante de altares,
não beija anéis de poder,
nem se vende a reis nem a igrejas,
mas fala do que arde no íntimo,
da centelha que ainda pulsa,
mesmo sob séculos de escuridão.
Trago palavras como sementes:
lanço-as ao vento,
não para impor raízes,
mas para que germinem onde houver solo fértil.
Quem ouvir, que escute,
quem despertar, que caminhe
e quem preferir o sono,
que repouse, pois cada ser tem o seu tempo.
Entre sombra e fogo,
sou guardião da lembrança:
o ser humano é mais
do que lhe disseram que era,
e a verdade, mesmo perseguida,
encontra sempre uma voz para cantar.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.