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sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Fio de Cosmos

O universo respira em fio de cristal,

cada estrela pendurada

como gota de luz prestes a escorrer.

 

Se a gravidade vacilasse,

os mundos tombariam em silêncio,

galáxias desfiando-se como véus antigos,

e nós, minúsculos, suspensos entre impossibilidades.

 

O tempo não corre, inclina-se,

dobrando-se sobre si mesmo,

cada instante um equilíbrio tênue

entre o ser e o nada.

 

Nosso sangue, nossos sonhos,

são ecos da dança precisa das partículas,

o milagre cotidiano de existir

num espaço que poderia não nos querer.

 

E mesmo no abismo de infinitos vazios,

há centelhas:

olhares que buscam o horizonte,

mãos que desenham perguntas no escuro,

mente que ousa compreender o incompreensível.

 

O universo é uma corda esticada no vazio,

e nós caminhamos sobre ela,

um passo de cada vez,

conscientes de que cada gesto é raridade,

cada respiração, revolução silenciosa.

 

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