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quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Entrega à Noite

Deita-me como quem entrega o corpo ao rio.

Sinto o colchão como terra firme,

o ar que entra como maré suave,

e cada expiração a levar embora a inquietação.

 

Os pensamentos que restam são nuvens;

passam sem pressa,

dissolvem-se no céu noturno da mente.

 

Dentro do peito, apenas um ritmo simples,

um compasso de calma,

e um sussurro do universo a dizer:

“Descansa, estás em casa.

A noite guarda-te.”

 

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