Seguidores

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Lua Carmesim

A sombra desliza sobre o mundo,

tingindo a noite de carmesim profundo.

Corações e consciências vibram,

como se o tempo suspenso permitisse tocar

o que durante o dia permanece oculto.

 

Sussurros antigos percorrem o ar,

gestos não ditos se erguem,

decisões guardadas tremem,

e verdades adormecidas despertam.

Medo e esperança se entrelaçam,

uma corda tênue entre o passado e o possível.

 

Movimentos contidos se revelam,

segredos flutuam à superfície,

e o que parecia firme se desfaz,

como estrelas dispersas na vastidão do céu.

 

No silêncio dessa escuridão temporária,

o coletivo sente um sutil despertar:

nada é eterno,

tudo se transforma,

e o inesperado abre portas

para horizontes ainda não imaginados.

 

Quando a sombra se retira,

não resta apenas luz,

mas a lembrança de que cada instante

é convite a reinventar,

a perceber que, mesmo no caos,

há sempre espaço para renascer

como poeira estelar a dançar no cosmos.

 

 

(Poema inspirado no eclipse lunar total de 7 para 8 de setembro, quando a Lua se tinge de carmesim e a sombra atravessa o céu. Um convite à reflexão sobre ciclos, transformações e a perceção coletiva de que, mesmo nas sombras, há espaço para renovação e renascimento.)

 

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.