A sombra desliza sobre o mundo,
tingindo a noite de carmesim profundo.
Corações e consciências vibram,
como se o tempo suspenso permitisse tocar
o que durante o dia permanece oculto.
Sussurros antigos percorrem o ar,
gestos não ditos se erguem,
decisões guardadas tremem,
e verdades adormecidas despertam.
Medo e esperança se entrelaçam,
uma corda tênue entre o passado e o possível.
Movimentos contidos se revelam,
segredos flutuam à superfície,
e o que parecia firme se desfaz,
como estrelas dispersas na vastidão do céu.
No silêncio dessa escuridão temporária,
o coletivo sente um sutil despertar:
nada é eterno,
tudo se transforma,
e o inesperado abre portas
para horizontes ainda não imaginados.
Quando a sombra se retira,
não resta apenas luz,
mas a lembrança de que cada instante
é convite a reinventar,
a perceber que, mesmo no caos,
há sempre espaço para renascer
como poeira estelar a dançar no cosmos.
(Poema inspirado no eclipse lunar total de 7 para 8 de setembro, quando a
Lua se tinge de carmesim e a sombra atravessa o céu. Um convite à reflexão
sobre ciclos, transformações e a perceção coletiva de que, mesmo nas sombras,
há espaço para renovação e renascimento.)
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