Não são apenas asas de respiração,
nem simples guardiões do sopro que sustenta a vida.
Dentro deles, em silêncio,
células despertam,
rios ocultos se formam,
plaquetas nascem como estrelas escondidas.
O corpo, em sua sabedoria secreta,
criou dois templos para o sangue:
a medula que pulsa no osso
e os pulmões, que respiram também em vermelho.
Cada inspiração traz oxigénio,
mas também cria matéria,
como se o ar se convertesse em carne,
como se o invisível se tornasse substância.
Somos feitos de segredos ainda por descobrir,
somos laboratórios vivos,
mistério dentro de mistério.
E talvez, ao respirar fundo,
não seja apenas o mundo que entra em nós,
mas também o universo a recordar
que até no mais simples gesto
a vida se reinventa.
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