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quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Respirar o Invisível

Não são apenas asas de respiração,

nem simples guardiões do sopro que sustenta a vida.

Dentro deles, em silêncio,

células despertam,

rios ocultos se formam,

plaquetas nascem como estrelas escondidas.

 

O corpo, em sua sabedoria secreta,

criou dois templos para o sangue:

a medula que pulsa no osso

e os pulmões, que respiram também em vermelho.

 

Cada inspiração traz oxigénio,

mas também cria matéria,

como se o ar se convertesse em carne,

como se o invisível se tornasse substância.

 

Somos feitos de segredos ainda por descobrir,

somos laboratórios vivos,

mistério dentro de mistério.

 

E talvez, ao respirar fundo,

não seja apenas o mundo que entra em nós,

mas também o universo a recordar

que até no mais simples gesto

a vida se reinventa.

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