Há dias que choram em silêncio,
sob tetos quebrados e ruas que sussurram medo.
O vento carrega histórias que ninguém escreve,
e ainda assim, cada pedra conhece o nome da esperança.
Há mãos que não seguram nada além do vazio,
olhos que procuram sinais
num céu carregado de promessas quebradas.
E mesmo assim, há quem respire fundo,
como se cada gesto pequeno fosse um pacto com a vida.
O mundo se dobra sobre si,
como papel antigo que insiste em não rasgar.
E em cada dobra, em cada fissura,
algo pulsa, tênue, mas insistente:
a lembrança de que ainda podemos.
Não é o riso que nos salva,
nem a vitória que se anuncia nos jornais.
É o toque de um olhar, o eco de uma palavra,
o sopro que atravessa a escuridão
e lembra que cada ser que sente
é uma ponte entre o impossível e o real.
Mesmo na distância, mesmo na dor,
há centelhas que se encontram
e transformam o mundo,
um instante de coragem por vez,
um coração por vez.
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