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sexta-feira, 5 de agosto de 2016

No caos de uma maré vasta

No caos de uma maré vasta
Se afundam sonhos de tantos
E na loucura da corrente
Se quebram portos de iludida seguridade
E há ventos que cruzam a dor para salvar
Na força da liderança inequívoca
Sóis de palavras impelem ao renascimento do Verbo
Que se diluiu na esperança de quem idolatrou

Horas de espanto pela incerteza do tempo que de muitos se fez espera
Sem que o sossego habitasse na procura
Se apagam no infinitesimal da eterna noite

E no fim de cada escada se abre portas de ruas
E nas falésias de cada olhar há praias de descobrir
Nuvens por abraçar
Almas de pássaros para que se destinem asas aos voos da equidade
Sorrisos no canto florescendo em êxtase como borboletas tocando a flor
De vozes que vibram da mais ínfima estrela brilhando
Do universo de cada ser
E um rio nasce nas profundezas dos alicerces
E cinge o céu
Alimento de sentidos caminhos
Colore as margens até à razão
Reflexo de rostos proibidos
Memórias exasperadas
Caindo na foz presente
De todo o sempre
O caminho manifesta-se nas veias de quem corre
E um coração se agita alquimicamente no desejo de se completar
E o amor é a mais valedoura virtude por definir
E o saber escolhe quem ensinar
E a morte é o fim mais singelo
No caos de uma maré vasta
Há sempre um chão a plantar
Um Eu viçoso a contemplar
A manhã da diferença por assumir
João Jacinto

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