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sábado, 12 de setembro de 2009

Ser o corpo que (re)vista nossa mente

Queria dizer-te tanto
e acabo por nada te dizer.
Ontem, sabia,
sabia e tinha tudo na ideia,
e o que penso, nunca tem fim
e não consigo parar de pensar,
o que tinha sonhado,
e dito a todos os;
necessitados como eu, de acreditar,
que me olharam com sorrisos
até plantados nas mãos,
que também me fizeram mil e uma promessas,
me deram muitas esperanças
e até me ofereceram um futuro novo,
que me convenceram de sua felicidade,
mas que não desistem de ambicionar mais e mais...
Queria dizer-te tanto
e acabo por nada te dizer.
Ontem, sabia,
sabia, mas hoje acordei,
como se tivesse um ancião (des)conhecido,
junto à minha cabeceira,
e que me avisasse,
que por ali ficaria, por mais de uma semana,
à conversa.
e que me aconselhasse
a sentar-me à beira da cama
e colocasse os pés bem firmes e presos ao chão,
enquanto com ele falasse
e para que o ouvisse, assim, com mais atenção,
e que me ajudasse a concentrar,
para que pudesse sentir a vibração da Terra,
e que apontasse para o firmamento
para que olhasse
e tentasse entender o infinito.
E eu nunca iria perceber
a Terra mexer,
e até me sentiria insignificante
quando ousasse invadir o céu.
E que constantemente, me questionasse,
sobre os meus sonhos
e a minha ingenuidade,
e que me obrigasse a ver e a analisar,
cá, para bem dentro de mim,
até ao infinito de minhas células,
e não sei o quê, de minha alma,
e eu mal entrasse,
não gostasse do que visse,
e chorasse, por mim e por ti e por todos.
E que me desse um corpo, já formado,
para que vestisse a minha mente,
e assim concretizasse os meus sonhos
e não alimentasse mais,
as evasões e os devaneios,
e acreditasse no Homem
e nunca nas utopias
de alguns homens,
que fingem sonhar
o Homem.
Queria dizer-te tanto
e acabo por nada te dizer.
Ontem, sabia,
nada sabia.
Hoje, pouco sei,
amanhã, talvez saibamos,
ou por mais uma semana,
ser o corpo
que (re)vista
nossa mente,
(e o amor).

Todas as horas têm um propósito
e há as idades do sentir.




(Este poema foi escrito, inspirado no presente aspecto astrológico Saturno/Neptuno.)

3 comentários:

  1. OLA AMIGO JJ, BELO POEMA, VOTOS DE OPTIMO FIM DE SEMANA...
    MUITOS BEIJOS DE AMIZADE!!!


    SUSY

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  2. Ser o corpo que (re)vista nossa mente
    O narrador estabelece um diálogo entre ele o poeta e o sujeito/objeto de seus escritos. Estabelece dicotomias , desde uma ínfima célula(um todo)até a infinitude do universo, limita seu espaço..sentado a beira de uma cama
    mas já não é ele é o outro que o habita,tateia os sonhos,devaneios, utopias, crenca, descrê, e já é ele descrevendo emoções, sensações, tempos mínimos e atemporais, tudo amalgamando uma fonte poética de raro lirismo e muitos densos escritos. Por fim o corpo transpira a mente, ou a mente transpira o corpo, tudo é movimento e sentimento.
    Parabéns João, este poema traz um fio de prata, ponte por onde ao ler caminbho até você.
    bjs
    Carmen

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  3. Poeta... Sempre foste para mim a inspiração
    dos planos maiores, desde sempre, ao ler teus poemas, sinto o Universo abrir-se em significados, vêm-me os insights, de repente
    compreendo o que neste instante é tudo que
    preciso compreender.
    Quando estás perto, ainda que virtualmente,
    sei que não estou só.
    Que bom ter-te aqui, agora, posso seguir
    minha caminhada em paz, segura de estar
    no rumo das estrelas.

    Beijo-te as mãos e choro de alegria.

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