O céu murmura entre nuvens antigas,
e o sopro do espírito desliza sobre o mundo.
Cada gesto humano carrega fragmentos do sagrado,
como se a eternidade se infiltrasse no instante.
As palavras se dobram sob o peso da história,
mas a voz que chama à verdade persiste.
Não pertence a templos nem a impérios,
é o fio invisível que atravessa séculos,
ecoando na razão de quem ousa escutar.
O homem caminha entre dúvidas e paixões,
busca no silêncio a centelha que o liberta.
Os mandamentos se confundem com ordens,
as tradições se erguem como muralhas,
mas nada pode aprisionar a consciência desperta.
Entre medo e esperança, entre lei e desejo,
o espírito aprende a discernir o que é eterno
daquilo que se dissolve na sombra do poder.
Cada emoção, cada impulso,
é um mapa que revela o caminho para dentro.
E na vastidão da vida, a liberdade surge:
não como presente de deuses ou governos,
mas como conquista do olhar atento,
como ato de coragem,
como música que nasce do entendimento.
O divino não exige altar nem sacrifício,
não se impõe com gritos ou decretos.
É o brilho que toca a pele,
o vento que atravessa o rosto,
a alegria silenciosa que respira entre nós.
Mesmo quando tudo parece esquecido,
o eco do divino percorre o mundo,
um murmúrio suave, constante,
que lembra: a vida é dádiva,
a razão é luz,
e a liberdade é a mais sagrada das heranças.
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