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terça-feira, 23 de dezembro de 2025

Sou

Sou fiel à paz que habita o vento,

discípulo dos segundos que escapam sem som,

aprendiz das vielas do tempo,

construtor do meu próprio labirinto,

caminho onde o sol e a lua se entrelaçam,

entregando-me, deliberadamente, à perdição para me encontrar.

 

Serei a flor que explode na sombra,

sedenta do silêncio que habita o fundo do abismo,

nasce de mim a poesia que procuro,

como borboletas que rasgam o ar da Primavera,

reciclo os ecos das palavras que a corrente esqueceu,

alimento-me da luz que se desfaz na noite,

ergo-me dos sonhos dilacerados pelo tempo,

amo quem se entrelaça no respeito,

mas fujo das garras vorazes

de quem se perde na própria obsessão.

 

Tenho a idade do tempo que nunca se revela,

onde as horas se quebram como vidro sobre sombras,

e, entre gritos e suspiros,

lutei, sem corpo, para tocar a essência da felicidade.

 

 

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