Sou fiel à paz que habita o vento,
discípulo dos segundos que escapam sem som,
aprendiz das vielas do tempo,
construtor do meu próprio labirinto,
caminho onde o sol e a lua se entrelaçam,
entregando-me, deliberadamente, à perdição para me encontrar.
Serei a flor que explode na sombra,
sedenta do silêncio que habita o fundo do abismo,
nasce de mim a poesia que procuro,
como borboletas que rasgam o ar da Primavera,
reciclo os ecos das palavras que a corrente esqueceu,
alimento-me da luz que se desfaz na noite,
ergo-me dos sonhos dilacerados pelo tempo,
amo quem se entrelaça no respeito,
mas fujo das garras vorazes
de quem se perde na própria obsessão.
Tenho a idade do tempo que nunca se revela,
onde as horas se quebram como vidro sobre sombras,
e, entre gritos e suspiros,
lutei, sem corpo, para tocar a essência da felicidade.
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