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sábado, 6 de dezembro de 2025

Horizonte Poético - O Ajuste Fino

Há alturas em que o pensamento se abre

como se o mundo fosse demasiado vasto

para caber na lógica

e demasiado próximo

para ser ignorado.

 

A mente corre, inquieta,

entre possibilidades que brilham

e questões que não encontram lugar.

É como respirar mais depressa

ao sentir uma verdade chegar

antes de sabermos o que fazer com ela.

 

Algo se manifesta

e quer avançar;

há força, intenção,

e uma direção que se acende lá dentro,

como quem finalmente percebe

o que já não se pode adiar.

 

Mas, ao mesmo tempo,

uma sombra antiga desperta:

a ferida que pede cuidado,

a memória que pede respeito.

Não para travar o passo,

mas para lembrar que mover-se

também é saber reconhecer o que dói.

 

Entre a lucidez que cresce

e o instinto que resiste,

algo se afina.

Descobre-se um ponto de equilíbrio

onde a ação se torna consciente

e a coragem deixa de ser impulso

para ser escolha.

 

A tensão não é inimiga;

é um sinal.

Um ajuste fino

entre querer ir

e entender para quê.

 

E, nesse lugar estreito

onde o sentido começa a formar-se,

a vida pede apenas

que o próximo passo

seja verdadeiro.

 

(Poema inspirado nos símbolos astrológicos que moldam o espírito deste dia, traduzido em linguagem poética.)

 

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