Há alturas em que o pensamento se abre
como se o mundo fosse demasiado vasto
para caber na lógica
e demasiado próximo
para ser ignorado.
A mente corre, inquieta,
entre possibilidades que brilham
e questões que não encontram lugar.
É como respirar mais depressa
ao sentir uma verdade chegar
antes de sabermos o que fazer com ela.
Algo se manifesta
e quer avançar;
há força, intenção,
e uma direção que se acende lá dentro,
como quem finalmente percebe
o que já não se pode adiar.
Mas, ao mesmo tempo,
uma sombra antiga desperta:
a ferida que pede cuidado,
a memória que pede respeito.
Não para travar o passo,
mas para lembrar que mover-se
também é saber reconhecer o que dói.
Entre a lucidez que cresce
e o instinto que resiste,
algo se afina.
Descobre-se um ponto de equilíbrio
onde a ação se torna consciente
e a coragem deixa de ser impulso
para ser escolha.
A tensão não é inimiga;
é um sinal.
Um ajuste fino
entre querer ir
e entender para quê.
E, nesse lugar estreito
onde o sentido começa a formar-se,
a vida pede apenas
que o próximo passo
seja verdadeiro.
(Poema inspirado nos símbolos astrológicos que moldam
o espírito deste dia, traduzido em linguagem poética.)
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