Vivemos tempos em que os loucos guiam os cegos,
e o caminho ecoa em si mesmo;
vozes que gritam certezas sobre o vazio.
Os que nada veem acreditam ver tudo,
e os que nada sabem
erguem-se como mestres da razão.
A verdade perdeu morada,
anda de porta em porta, pedindo abrigo,
mas ninguém a reconhece,
porque a confunde com o espelho.
Entre risos e ruínas,
a humanidade tropeça em si mesma,
e ainda assim avança,
como quem sonha que caminha em linha reta
num mundo que gira sem parar.
(Este poema foi inspirado na frase de William Shakespeare “É a época:
quando os loucos guiam os cegos.” É um olhar sobre a confusão moral e
intelectual do nosso tempo, onde a certeza substitui a verdade e o ruído se
disfarça de sabedoria.)
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